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Personagem real numa vida de ficção e "à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo".
"Querido coração,
desde sempre, na verdade desde que nasci, dei-te liberdade total para amares, para te apaixonares, para gostares, para odiares o quê e quem tu quiseste. Não deixei nunca que o cérebro te pusesse limitações. Sim, é verdade que me deste alegria, felicidade, prazer, emoções que de outra forma teria sido impossível eu ter experimentado.
Fizeste-me chorar de rir e chorar de dor. Fizeste-me ter saudades de vivos e mortos, mostraste-me o que o amor também é amizade e que nada disto dura para sempre. É precisamente neste pequeno ponto que ponho um ponto final.
Se por um lado me deste tudo o que há de bom para sentir, também me mostraste a angústia, a tristeza, a solidão, o desgosto.
Percebi muitas vezes que o mau supera o bom. O mau prolonga-se por muito mais tempo que o bom e precisamente porque nada dura para sempre, a partir de hoje vou dar livre arbítrio ao meu cérebro, mais racional, menos sentimental, mais cauteloso, menos espontâneo.
Vou fechar-te aí dentro do peito. Sim, sei que a vida vai perder muita, senão toda a piada que tem, mas eu sei que não me vai voltar a trazer a dor. E, sim é possível viver sem a tua bela interferência.
Your's sincerely
C. M."