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Personagem real numa vida de ficção e "à parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo".
O amor. Confesso que este é um tema que dá prazer falar e escrever. Gosto de me apaixonar, de andar com a cabeça no ar, de sentir butterflies na barriga sempre que se aproxima a hora de estar com a pessoa em questão.
Pertenço àquela geração de mulheres que está na casa dos trinta, (mas a quem não dão mais que 27/28, felizmente a genética foi minha amiga, deu-me um corpo esguio e delgado, pois, nem tudo nem tudo pode correr mal!!!), que já teve a sua quota de relações sérias e longas, (tirando dois amores de Verão, e no mesmo Verão), mas que por motivos alargados, a certa altura tudo acaba.
Acabei eu com um, o único, porque tinha mau hálito, não havia condições para dar beijos apaixonados, porque era desconfiado, porque era ciumento, e porque só estando eu com ele ao fim-de-semana, visto ele trabalhar lá longe, onde tudo é já ali, as crises de auto-estima e de ciumeira do rapaz pioravam consideravelmente. Todos os outros acabaram comigo.
Ora, estando eu agora em fase de luto, questiono-me se será efectivamente defeito meu, ou se será praga que me rogaram. (Não me esqueço que o meu primeiro amor, o amor teenager, me disse um dia, no meio de uma conversa: "Alice, quem que seja quando formos velhinhos, vais ver que vamos acabar juntos").
Devo dizer que isto deita a moral de uma mulher abaixo. Mas afinal o que é que eles querem? Se somos boas, devíamos ser umas cabras; se somos cabras, devíamos ser boas. Se somos submissas devíamos ser emancipadas, se somos emancipadas devíamos ser mais submissas; se somos água, devíamos ser vinho, se somos vinho, devíamos ser... já perceberam...
Diz uma amiga minha, para não me preocupar porque há sempre um testo para uma panela. Eu pergunto-me se o meu testo andará realmente por aí. Não sonho casar, mas sonho ter um companheiro para a vida, estar em permanente estado de paixão, dormir e acordar com aquela pessoa ao meu lado.
Confesso que tenho uma tendência natural para me subjugar um bocadinho à vontade deles, não perco o contacto com amigos, mas deixo-os um bocadinho de lado para estar com eles (namorados). Na minha cabeça é compreensível, a vontade de estar é mais que muita, quero aproveitar todos os momentos, se calhar inconscientemente já sei que passado algum tempo acaba e vai de aproveitar enquanto posso.
Este último foi/ está a ser ainda mais doloroso, permitiu-me ter das experiências mais enriquecedoras que tive até hoje. Pela primeira vez saí da casa da mãe para partilhar o mesmo tecto com ele. Até que um dia o homem lembra-se e acaba, os motivos não vale a pena enumerá-los, foram muitos. Era um workaholic, o tempo para mim começou a escassear.
Haverá realmente um testo para cada panela, como diz a minha amiga? Ou terei eu que começar a mentalizar-me que se calhar vou ser daquelas mulheres que ficam sozinhas e solteiras até que o coração deixe de bater?
Assusta-me muito a solidão. Não era capaz de viver sozinha. Preciso dos meus momentos de solidão mas nessas alturas vou dar uma volta, ou aproveito o fim-de-semana em que uma delas deixa o apartamento vago e ocupo-o, ou fecho a porta do meu quarto à chave. Gosto de estar sozinha, mas saber que no quarto ao lado tenho gente. Admiro quem o consiga. A mim, sobra-me tempo, não tenho como o ocupar, mesmo fazendo tudo o faço quando estou sozinha com a porta fechada à chave..